Foi-nos dito que o tumor pancreático nunca é detectável cedo mas acredito que, podia tê-lo sido pelo menos antes da fase 4, e com um bom sistema médico teria sido detectado logo em Dezembro de 2007, mediante testes. Não podiamos aceitar tão simplesmente que a mãe tinha cerca de 6 meses de vida, que não se pode detectar nem curar as doenças deste tipo, e as dores não cessavam e os médicos não nos ajudaram com nada. No entanto eramos tratados pelos médicos como se a sua verdade fosse absoluta e, sempre com cara de pena cada vez que vinhamos fazer quimioterapia.
A nossa vida familiar parou. Faziamos turnos para dormir, para trabalhar e para comer, pois as dores eram constantes, de repente vinham vómitos inesperados ou ataques de febre e de tremores.
Em geral, reparámos que mesmo na Internet, havia muito pouca informação com relação ao cancro e sobretudo com relação ao cancro do pancrêas e do figado. Sentiamos-nos perdidos e impotentes.Uma corrida às medicinas alternativas iniciou-se, uma luta desesperada em que se tentou de tudo para pelo menos dar alivio à dor e ao sofrimento. Visitámos homeopatas, pessoas que tinham conseguido curar cancros em fase terminal apenas fazendo tratamentos com productos naturais, etc..
Alguns defendiam que apesar dos productos naturais se devia de fazer quimioterapia, outros diziam que sem quimioterapia, seria melhor pois os tumores são apenas infecções e é necessário tratar o sistema imunitário para que este combata a doença e para que a pessoa se possa recuperar.
Por falta de informação e porque parecia a melhor solução, optámos pela quimioterapia.
A mais recente e mais bem tolerada no mercado, é a Gemcitabina. Infelizmente os médicos nunca foram claros acerca dos efeitos secundários e limitações deste medicamento. Por exemplo, uma das complicações é a coagulação sanguínea, que no caso da minha mãe, levou a uma trombose de uma veia no fígado o que produzia imenso liquido este alojava-se no abdómen. Entre o cansaço que lhe causava, impedia-a de caminhar e cedo ficou acamada e apática.
Depois das sessões de quimioterapia, para as quais o sistema médico Português não prevê um tratamento do sistema imunitário, a mãe voltava sempre com nauseas, tremores e muitas dores. Chegava a estar os primeiros 3 dias seguintes à sessão, essencialmente de cama.
O que acaba por acontecer com os tratamentos médicos, e com as operações é que o doente enfraquece mais do que com a doença.
Apesar de termos comprado imensos livros, de termos iniciado uma dieta em que retirámos todos os productos de origem animal e açúcares, apesar da medicação macrobiótica, do Reiki, a doença progrediu.