A partir do momento em que tivemos este caso na familia, e começámos a investigar e a encontrar casos semelhantes percebemos que não estávamos sozinhos mas que havia muita falta de comunicação. Todo passamos pelo mesmo mas, ninguém fala, todos sofrem em casa sozinhos e pensamos que só a nós nos acontece.
Um dia no hospital travamos conhecimento com um casal jovem, em que o marido procurava igualmente outros meios para poder ajudar a sua esposa. Apesar de ter uma idade diferente, com um tumor diferente numa fase inicial, a esposa tinha os mesmos sintomas, dificuldades, medos e anseios, tal como a mãe. Juntei-as em conversa, e chegaram a essa conclusão, que sentiam os cheiros muito intensamente, muito cansaço e naúseas, sem apetite e sempre com vontade de chorar, entre outras coisas.
De alguma maneira, isto acalmou-as e sorriam porque percebiam que não estavam sós.
O esposo, estava a percorrer exactamente os mesmos passos que nós, a falar com vários homeopatas, a procurar alternativas, a não se resignar a um diagnóstico e tratamento limitados.
Uma enfermeira nos cuidados paliativos, recomendou-me um filme chamado 'One True Thing' sobre uma mulher que abandona o seu trabalho para ajudar a sua mãe que foi diagnosticada com cancro. Não só me identifiquei com a situação desta personagem como em todo o filme, as situações pelas quais a mãe dela passa, pois mestra exactamente as mesas dificuldades, os mesmos momentos em que o doente entra em crise e ansiedade e a decadência física causada pela doença, assim como a impotência e desdepero pelo qual as famílias passam, está perfeitamente retratada.